Em um dos posts anteriores, falamos sobre ensino híbrido. Essa é uma abordagem de ensino com o objetivo de potencializar e alternar diferentes momentos de aprendizagem em torno de um tema.
Essa forma de ensinar vem para valorizar os diversos tipos de inteligências e formas de aprender que existem (visual, auditiva, cinestésica, musical etc), já que cada momento pode estimular diferentes habilidades.
Conheça 3 metodologias do ensino híbrido que já são utilizadas em algumas escolas e universidades pelo Brasil:
01. ROTAÇÕES POR ESTAÇÕES DE APRENDIZAGEM
A rotação por estações de aprendizagem é uma modalidade do ensino híbrido porque cria um circuito dentro da sala de aula. Os alunos, divididos em pequenos grupos, fazem um rodízio por essas estações, cada uma com atividades acerca de um mesmo tema central. É importante fazer uso de tecnologia digital em pelo menos uma delas.
O trabalho em cada estação deve ser independente das outras, ou seja, precisa ter começo, meio e fim, sem exigir um exercício prévio. Isso porque cada grupo vai começar em uma estação diferente e circular a partir daí.
É preciso uma aula de pelo menos 45 minutos no total para aplicar a rotação por estações de aprendizagem, porque o tempo mínimo para cada estação costuma ser de 15 minutos. Dependendo do número de alunos em sala, o professor/a também pode adaptar a metodologia, levando a turma inteira em cada uma das estações.
Existem três momentos essenciais nessa modalidade: o de interação entre alunos e professor (em que ele pode tirar dúvidas, orientar projetos, explicar conteúdos, fazer perguntas etc.), o de trabalho colaborativo (em que alunos trabalham em um projeto comum, propõem questões uns para os outros, organizam debates ou desenvolvam algo que demonstre seu aprendizado) e o de tecnologia (que pode incluir estudos individuais, exercícios online, pesquisa ou games).
02. SALA DE AULA INVERTIDA
Outra variação do ensino híbrido é a sala de aula invertida (flipped classroom, em inglês). Nesse modelo, alunos estudam os conteúdos previamente, em casa, por meio de materiais digitas: videoaulas, textos, podcasts, etre outros, porém, isso não significa que a sala de aula fica de fora do processo. Após o estudo individual, os alunos vão para a aula para tirar dúvidas, debater, trazer assuntos complementares e desenvolver projetos e atividades em grupos. Justamente o contrário do sistema tradicional, em que o aluno aprende em uma aula expositiva primeiro e faz a tarefa de casa sozinho, depois.
Essa abordagem respeita o tempo de aprendizagem de cada aluno, já que ele pode selecionar qual conteúdo assistir em casa, em que ordem acessar os materiais e, quando houver dificuldade de compreensão, rever para anotar dúvidas e fazer pesquisas paralelas. Adotar esse formato também promove mais tempo e espaço para desenvolver habilidades do século 21, como a resolução de problemas, o pensamento crítico, a colaboração e a criatividade.
03. APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS
A aprendizagem baseada em problemas (problem based learning, em inglês) é uma metodologia de aprendizagem ativa com foco no estudante. Ela parte de uma pergunta desafiadora que pode ser proposta pelo professor ou até mesmo pelos alunos. Quando partir dos alunos é importante que o grupo se reúna para levantar aquilo que já conhece sobre o tema, o que pretendem resolver e o que precisam aprender para chegar à solução. O professor trabalhará como mentor, orientando os esforços da turma até o resultado.
Nesse cenário, a aula começa com o professor lançando um grande desafio, que pode ser fragmentado em pedaços menores. Após listarem o que já sabem sobre o tema e o que precisam descobrir, os alunos vão expressar o problema a ser solucionado por escrito. Isso guiará a pesquisa e o professor poderá ajudar a qualquer momento a traduzir com clareza o desafio.
Então, os grupos irão atrás de possíveis soluções e de são quais as ações necessárias para testá-las. Essas ações podem envolver a leitura de textos sobre o tema, entrevista de especialistas, coleta de materiais necessários, entre outros. A partir daí, é tentativa e erro: se uma hipótese falhar, os alunos voltam alguns passos e experimentam outro caminho. A solução encontrada deve ser apresentada juntamente com a pesquisa e o processo que levaram os alunos até ela.
Gostou das metodologias? O que acha de testar em sala de aula?
Por Whalas Rocha
Analista de Relações com Jovens e Universidades