Quem concorre a vagas de estágio ou de trainee costuma ter dúvidas a respeito do processo seletivo. Mas que bom seria se todas as dicas fossem dadas por uma pessoa que atua com recrutamento e seleção, certo? E só o blog.ct para fazer isso por você! 😃
Para o artigo de hoje, entrevistamos o Renan Santos, analista de Recrutamento e Seleção, que trouxe pontos importantes para ajudar você a se preparar. Confira!
Currículo: onde tudo começa
Na primeira parte da entrevista, o Renan falou sobre currículo, que é o ponto de partida de um processo seletivo.
blog.ct: Existem processos seletivos em que milhares de pessoas se inscrevem e, por isso, não é possível que a equipe de recrutamento olhe um a um. Então, o que as pessoas precisam considerar na hora de elaborar um currículo para que ele passe nessa primeira triagem?
Renan de Paula: O mais importante é ser o mais sucinto e assertivo possível, sem “encher linguiça”, tendo ali o que realmente precisa para aquela vaga. E aqui vão alguns cuidados. Por exemplo, a vaga pede ou não inglês? Se ela não solicita, não tem por que colocar que você tem inglês básico, intermediário ou avançado. Caso você queira demonstrar alguma habilidade, alguma soft skill, coloque, como falar em público. Essas são dicas que ajudam seu currículo passar nessa primeira triagem. E só coloque informações verdadeiras! Além disso, atualize todos os seus meios de contato.
B.: Passada essa primeira triagem, o que faz com que um currículo se destaque dos demais?
R.: Um currículo que esteja muito alinhado aos pré-requisitos da vaga, sempre vai se destacar. Além disso, a forma como ele está organizado para que a leitura seja fluida também ajuda.
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Segunda etapa do processo seletivo: a dinâmica de grupo
Nesta segunda parte da entrevista, ele explicou tudo sobre a fase de dinâmica.
B.: Para quem nunca participou, você pode explicar como é uma dinâmica de grupo? O que acontece e como é ela funciona?
R.: Na dinâmica, queremos avaliar as pessoas candidatas em um ambiente onde seja possível perceber alguns comportamentos. Geralmente, ela inicia com um pitch, que é um momento inicial de apresentação, onde falamos sobre a vaga e onde cada pessoa candidata também se apresenta. Depois, a gente entra na discussão, que é um desafio. Levamos uma situação de forma a fazer com que as pessoas se movimentem e assim, demonstrem os comportamentos que são necessários para a vaga.
B.: Você disse que avaliam comportamentos. Mas o que vocês costumam olhar nessa etapa do processo seletivo?
R.: Cada vaga pede algum ponto para ser olhado. Algumas pedem comportamento de liderança, algumas um comportamento mais social, outras um mais dinâmico, outras um conhecimento técnico maior. Então, depende. A dica que se pode dar é que você conheça a vaga e a empresa para que você procure identificar o perfil que a vaga pede. Se for mais técnica, pesquise sobre o assunto, porque provavelmente vão ser feitas perguntas mais técnicas. Além disso, uma vaga de estágio talvez não seja tão técnica, por ser mais inicial. Por isso, a pessoa pode demonstrar outros comportamentos. Mas, de novo, pesquise sobre a empresa.
B.: E é verdade que se dá bem em dinâmica quem tem um perfil mais extrovertido?
R.: Não, nem sempre é assim. Por exemplo, se a dinâmica for para uma vaga mais técnica, o que vai contar é o quanto a pessoa demonstra de conhecimento técnico. Talvez, ela tenha até que resguardar a energia dela. Escutar um pouquinho aqui, um pouquinho ali, absorver tudo e conseguir trazer todo mundo junto. Às vezes, a capacidade de escuta é o que a vaga está pedindo. Mas você também não vai ficar sem falar nada, certo? O importante é você demonstrar as habilidades compatíveis com a vaga.
B.: Ou seja, a pessoa precisa ser ela mesma. Não adianta querer forçar algum comportamento.
R.: Não, e a gente percebe quando estão querendo forçar algo que não é dela. Realmente, você pode ser você. Hoje, temos um dinamismo muito grande no mercado de trabalho e vai ter espaço para todo mundo. Então, ser você é uma ótima dica.
B.: Além do formato presencial, a dinâmica em grupo também pode acontecer de forma online. Sendo virtual, o que muda?
As dinâmicas online têm a possibilidade de trazermos pessoas que estão mais distantes para perto. No mais, ela ocorre normalmente com uma dinâmica presencial. Ali, pode ser que algumas pessoas que ficariam mais inibidas no presencial, se sintam mais confortáveis. Mas o que a gente sempre destaca é para que você esteja em um espaço tranquilo, sem que ocorram interrupções. E, claro, veja se tudo está funcionando direitinho. Teste tudo antes: link, fones, microfone, câmera. Às vezes, perdemos um bom tempo da dinâmica para que a pessoa acerte tudo. Mas também pode acontecer da pessoa não conseguir participar e perder a oportunidade. Nem sempre é possível remarcar, porque estão envolvidas agendas de várias pessoas. Além disso, existe o cronograma do programa que não pode ser impactado.
Entrevista: a fase final
A entrevista é uma das etapas mais aguardadas do processo seletivo. Por isso, você confere a seguir, mais algumas dicas que o Renan de Paula, do nosso time de Seleção.
B.: Quem chegou na etapa de entrevista é porque foi muito bem até ali. Qual seria a recomendação para aumentar as chances de aprovação?
R.: A entrevista é sempre um momento de nervosismo, porque é a hora de estar frente a frente com a pessoa gestora da vaga, mesmo que seja online. Por isso, esse é o momento de você se mostrar. O autoconhecimento é muito importante aqui, porque a pessoa consegue ter clareza daquilo que tem a oferecer para aquela vaga. A entrevista é a hora de elucidar melhor o seu currículo, as suas capacidades, mas sempre com aquele cuidado de falar só o que é pertinente.
B.: É também entender que se trata de uma conversa. É uma entrevista, mas é uma conversa.
R.: É um momento mais humano do processo seletivo. A gente precisa lembrar que essa pessoa, que é gestora, também tem uma expectativa, tem uma necessidade, que é fazer a contratação de uma pessoa para a equipe. Ou seja, ela precisa que essa pessoa candidata seja aprovada também. Então, são duas pessoas que vão conversar, se conhecer melhor e, se ficou alguma dúvida, esclarecer. Por isso, é importante que você também esclareça todas as suas dúvidas. É o momento de você perguntar, por exemplo, como funciona a área. Obviamente que a entrevista é sua e você não irá inverter os papeis. Mas tirar dúvidas e mostrar interesse pela área, não tem problema nenhum, pelo contrário.
B.: Depois de passar pela entrevista, nem sempre a resposta final é positiva. Qual o recado que você pode dar para quem foi muito bem durante todo o processo seletivo, mas não recebeu a aprovação?
R.: Resiliência. A resposta negativa faz parte do processo seletivo também. Mas o principal é tentar resgatar o máximo de aprendizado que você puder. Além disso, não desistir, porque as empresas nunca abrem um processo seletivo só. Se você realmente chegou até a fase de entrevista, é porque mandou muito bem e tinha tudo o que precisava para aquela vaga. De repente, foi um detalhe que faltou ou alguém que se destacou um pouquinho mais. Então, é tirar o máximo de aprendizado.
Se você participou de um processo aqui na Cia de Talentos, por exemplo, tem como você juntar todos os feedbacks que foi recebendo ao longo do processo. Você recebe a nossa avaliação, o Q+, que fica disponível na sua área de login. Nem sempre você vai receber um feedback individual exclusivo, porque os processos têm um volume muito grande de candidaturas. Mas o negócio é respirar, seguir em frente e tentar extrair o máximo de aprendizado possível da experiência, porque vai dar certo. Se você chegou a fazer a entrevista, pode não ser nessa, mas na próxima vai dar bom.
Depois de conferir todas essas dicas de ouro do Renan e saber o que você precisa para se preparar para cada fase do processo seletivo, que tal dar uma olhada nas oportunidades que estão abertas? Acesse nosso site.