O conceito de inteligência emocional surgiu em meados de 1990 e, ainda hoje, se mostra extremamente relevante. Já mencionamos anteriormente que saber lidar com pessoas e emoções é tão importante quanto o conhecimento técnico, quando se trata de desempenho e entrega de resultados.
Cada vez mais, estudos comprovam que temos um cérebro social. Prova disso é que uma pesquisa feita há 10 anos ajudou aos cientistas a identificarem a nossa “célula social”, ou seja, os neurônios espelho, que são as partes do nosso cérebro que nos conecta às outras pessoas. Também são esses neurônios os responsáveis por fazer o cérebro ativar a área da dor quando vemos alguém sofrer e igualmente libera hormônios de bem estar e nos faz sorrir quando estamos perto de uma pessoa extremamente feliz.
Ainda no final da década de 1990, o psiquiatra Edward Hallowell chamou esta interação em que duas ou mais pessoas estão social e biologicamente conectadas de “Momento Humano”, porém, esse encontro psicológico acontece somente quando duas pessoas dividem o mesmo espaço físico e estão atentas inteligente e emocionalmente uma à outra.
Mas como tudo isso pode influenciar as equipes de alta performance?
Os autores Vanessa Druskat e Steven Wolff ressaltam que ter membros com alta inteligência emocional na equipe não a torna emocionalmente inteligente. De acordo com seus estudos, a inteligência emocional da equipe depende de três fatores:
- confiança entre seus membros;
- senso de pertencimento ao grupo;
- senso de eficácia do grupo.
Embora construir estes três aspectos dentro de uma equipe não seja uma tarefa simples, é inegável que nos dias de hoje quando quase todas as nossas interações são online, desprovidas de “momentos humanos”, a caminhada em direção à inteligência emocional da equipe é ainda mais árdua.
Talvez o primeiro passo seja simples, assim como a solução para muitos problemas de má interpretação de e-mails ou desentendimentos de mensagens de WhatsApp: fazer com que as pessoas do time coversem frente a frente, interajam entre si, solucionem problemas juntas.
Com o final do ano e as festas se aproximando, temos excelentes pretextos para reunir nossas equipes.
Então, que tal aproveitar as reuniões de fechamento de ano ou confraternizações da empresa e planejar com sua equipe novos momentos humanos para 2018, como desenvolver um projeto conjunto ou participar de sessões de Teambuilding?
Mas lembre-se: o momento humano só acontece quando as pessoas estão física, social e psicologicamente presentes, umas para às outras!
Juliana Galvão – Consultora de Desenvolvimento da Cia de Talentos
Referências:
Druskat, Vanessa U.e Wolff, Steven . – Building the Emotional Intelligence of Groups, HBR (2001)
Goleman, Daniel – O Cérebro e a Inteligência Emocional – Novas Perspectivas (2012)
Hallowell, Edward – The Human Moment at Work, HBR (1999)