Você sabia que hoje (05/12) é o dia internacional do voluntário? Esse dia foi instituído em 1985, pela Organização das Nações Unidas (ONU), que define o voluntário como “o jovem ou adulto que, devido a seu interesse pessoal e seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, organizadas ou não, (…)”. Segundo o dicionário, a palavra “voluntário” vem do latim e significa “de própria vontade”.
E é isso mesmo! O trabalho voluntário é uma opção, dentre tantas outras, de atividades extracurriculares, que um jovem em início de carreira pode se envolver (importante dizer que não apenas jovens, mas todo mundo, de qualquer idade). Como diz o conceito da palavra, não há nenhum tipo de recompensa financeira ou material, mas o voluntariado gera desenvolvimento e enriquece o repertório de quem o pratica.
Há diversos tipos de atividades voluntárias. É comum conhecermos histórias de jovens, nos processos seletivos, que já prestaram serviço a lares de idosos, fizeram ações com crianças carentes, atuaram em instituições religiosas, hortas voluntárias, eventos para arrecadação de fundos, deram aulas pré-vestibulares para jovens, entre muitas outras atividades. As oportunidades estão em todo canto e, certamente, há alguma organização, associação, entidade ou grupo que realiza uma ação voluntária na sua cidade. Inclusive, dá até para ir mais longe: existe programas de intercâmbio que oferecem alguns módulos de intercâmbio voluntário, em que o participante vai para outro país com o objetivo de realizar uma atividade sem remuneração (seja cuidar de animais na savana africana, promover ações de interação com comunidades indígenas ou trabalhar temporariamente num hospital ou escola).
Sabe aquela história de que quem doa sempre ganha mais do que quem recebe? Então, essa máxima é real e é provada por quem se envolve em alguma atividade voluntariamente. O trabalho voluntário desenvolve em quem o pratica, aspectos muito importante e que você pode explorar durante o processo seletivo em que participa. Vamos a eles:
Empatia:
É a habilidade de se colocar no lugar do outro, compreendo a sua realidade. A empatia contribui no processo de geração de soluções, afinal, é a partir da perspectiva de quem precisa de soluções que aqueles que estão de fora trarão ideias e respostas. Pensando no mercado de trabalho, a empatia contribui no entendimento da demanda de clientes e também dos nossos pares de trabalho, ou seja, ela é um primeiro passo para uma comunicação estruturada e adequada ao cenário de atuação. Ajuda também na gestão de conflitos.
Inovação e Criatividade:
Muitos grupos e entidades que promovem atividades voluntárias não têm recursos financeiros ou os tem com muita limitação. Nesta hora, o voluntário tem a missão de tirar leite de pedra e fazer dos limões, uma boa limonada. Trabalhar com recursos limitados abre espaço para a criatividade, para dar novas utilidades a coisas já existentes e, diante da necessidade, fazer novas conexões, antes inexploradas.
Trabalho em Grupo:
Ao se envolver em uma atividade voluntária, certamente você lidará com pessoas que você ainda não conhece. Esses “desconhecidos” poderão estar na mesma equipe que você ou serão as pessoas impactadas pelo seu trabalho. Esse já é um bom exercício para uma dinâmica de grupo, sabia? Em uma dinâmica o candidato irá desenvolver uma atividade com pessoas desconhecidas, com pensamentos e ritmos diferentes. Pode ser que a atividade voluntária em que você se envolver já tenha diretrizes pré-determinadas, mas pode ser também que você precise gerar ideias e soluções com estas outras pessoas. Saber ouvir, saber falar, ter foco no resultado, manter a harmonia do time, ceder, defender pontos de vista, construir junto. Todos esses são aspectos do trabalho em grupo e compõe uma competência muito avaliada em processos de seleção.
Adaptabilidade:
Se envolver em um trabalho voluntário é também um momento para sair da zona de conforto e se desafiar. É ir para um mundo que não é o seu. Claro que você leva consigo suas habilidades, seus conhecimentos e aquilo que você tem de melhor, mas usa tudo isso num cenário diferente e para uma demanda que não é a habitual. Como já dissemos, haverá pessoas diferentes e você deverá se adaptar a elas, portanto, se o trabalho for em outro lugar (outro país, outro estado, outra cidade…), você terá que se adaptar ao ambiente. As pessoas que serão impactadas por você nem sempre terão o mesmo grau de instrução e, por isso, você deverá adaptar a sua forma de se comunicar com elas e encontrar os melhores meios para isso.
Autoconhecimento:
Voluntariado é uma boa oportunidade para se conectar com o outro, mas também para se conectar consigo mesmo. Ao sair da zona de conforto, compreendemos os nossos limites e também as nossas forças. Conhecer isso (o que somos) nos impulsiona para nosso desenvolvimento: ficamos alerta ao que deve ser cuidado e utilizamos com mais freqüência e de formas variadas aquilo que sabemos que temos como pontos positivos. É tão bom se conhecer! E quando temos consciência dos nossos pontos que fazem a diferença e que podem ser diferentes, nos tornamos mais protagonistas.
Esses são alguns aspectos que podem ser absorvidos de uma atividade voluntária e usados no seu desenvolvimento pessoal e profissional (e levados para uma dinâmica de grupo ou entrevista). Em um processo seletivo, mais importante do que a quantidade de atividades ou experiências que um candidato se envolveu é a qualidade com a qual estas experiências foram vividas e o que geraram de aprendizado. Saber como contar isso, destacando o que fez (as ideias que deu, os projetos em que se envolveu, quais foram suas ações e os resultados dela) e o que isso trouxe como desenvolvimento é fundamental.
Trabalhos voluntários também podem ser incluídos no currículo, principalmente, para jovens em início de carreira que ainda não tiveram experiências profissionais ou outras atividades que considere mais relevante para as vagas que está se aplicando. Se esse for seu caso, reserve duas ou três linhas em seu CV e coloque ali, no campo de “Outras Experiências”, onde realizou seu trabalho voluntário, por quanto tempo (de quando a quando) e qual foi o seu papel dentro desta atividade.
A verdade é que trabalho voluntário é uma daquelas experiências da vida difíceis de se explicar – de tão boa que é! É uma forma de deixar um legado no mundo e contribuir para a transformação social de alguém ou de um lugar, além de ser um meio de participar da construção de um futuro melhor.
Aproveitando que hoje é 05 de dezembro: parabéns aos que já exercem o voluntariado de alguma forma!
Luís Maurício
Consultor de R&S – Cia de Talentos