Frequentemente, os candidatos temem uma entrevista por não terem experiência profissional. Acreditam que quem tem experiência sai na frente. Então, este artigo vai acabar com os mitos e trazer as verdades por trás da dúvida: ”ter experiência profissional me ajuda na seleção?”
A resposta é sim, mas não pelo motivo que você acredita. A boa notícia é que avaliamos competências comportamentais ou soft skills e não o conhecimento técnico aprendido na experiência profissional que você teve – ou não teve. A má notícia é que não basta ser um excelente aluno e apenas se dedicar integralmente às disciplinas. Você precisa se expor a situações em que aprenderá e/ou colocará em prática suas habilidades interpessoais como: clareza na comunicação, trabalho em equipe, liderança, negociação, resiliência, proatividade, saber conduzir conversas difíceis, etc.
Quer um exemplo?
Vamos lá: lembre-se dos trabalhos em equipe que já fez na faculdade. Qual foi o mais difícil? Por que foi difícil? Como você lidou com a dificuldade? Como o problema foi resolvido?
Para algumas pessoas, o trabalho mais difícil foi aquele que precisou fazer algo que não se sentia habilitado, ou seja, não tinha o conhecimento necessário para executar a tarefa. Para outros, foi lidar com um amigo que não respeitava prazos e não colaborava com o time. Como dizer isso para uma pessoa que você gosta? Como não prejudicar o trabalho e a amizade? Ainda haverá os que apontem que o trabalho mais difícil foi aquele que estava caminhando super bem, até que algo deu errado e não havia mais tempo e nem recursos para resolver o problema.
Se você não se identificou com nenhuma das situações acima, não tem problema. O que quero mostrar é que para cada situação você agiria de uma maneira e é isso que buscamos nas entrevistas. A sua ação nos mostra quais as características comportamentais que possui e se isso faz match ou não com o perfil da vaga/empresa.
Por isso quero insistir na importância de você se envolver em alguma atividade extracurricular para ganhar “quilômetros rodados”, ou a famosa “bagagem de vida”. São as situações estruturadas de convívio com as pessoas para realizar alguma atividade que te mostrarão quais são as suas fortalezas e o que precisa cuidar.
Alguns exemplos de atividades ou instituições que te ajudarão a desenvolver suas competências comportamentais são:
– AIESEC
– Atlética;
– Centro acadêmico;
– Empresa Jr;
– Estágio;
– Eventos universitários (coordenação da semana acadêmica, organização de um congresso etc.);
– Iniciação científica;
– Monitoria;
– Projeto social;
– Projetos da universidade como BAJA (desenvolvimento de veículo para competição); Aerodesign (desenvolvimento de aeronave para competição), PET (Programa de Educação Tutorial) etc.
– Summer Job;
– Trabalho remunerado ou não (seja na loja do tio, na empresa do pai ou numa empresa do mercado, como temporário de fim de ano, por exemplo);
– Trabalho voluntário (mas o de verdade e não aquele que você ajuda 1 vez ao ano, combinado?).
Escolha a atividade com a qual mais se identifica, busque mais informações, participe das seletivas e se engaje na atividade. Você só tem a ganhar!
Adriana Rodrigues é psicóloga, mestre em Psicologia e consultora head na Cia de Talentos.