O ano é 2021 e o maior reality show do país trouxe pras rodas de conversa, temas como racismo, preconceito, cancelamento e saúde mental. Além disso, o BBB também encheu a internet de memes e ter a permissão da Lumena passou a ser condição pra quase tudo.
Mas o que um reality pode ter a ver com um processo seletivo? Tudo! Vamos descobrir juntos?
O jogo no BBB x dinâmica de grupo
Vinte pessoas são confinadas numa casa vigiada por câmeras e microfones, 24 horas por dia, sete dias por semana. Elas têm o desafio de conviver para que, ao final, apenas um participante ganhe o prêmio de um milhão e meio de reais. No meio do caminho, provas, eliminações, os desafios da convivência forçada e o julgamento de quem está dentro e fora da casa. Este é o mecanismo do jogo no BBB!
Será que qualquer semelhança com uma dinâmica de grupo é mera coincidência? Veja só!
Um grupo de candidatos, sendo observados num determinado período, expostos à interação com outras pessoas desconhecidas, com intervenções no meio do caminho e uma recompensa (a aprovação e/ou a vaga de trabalho) como “prêmio”.
Dadas as devidas proporções, o BBB e um dinâmica de grupo têm muito em comum. Em ambos casos, há interação de pessoas, observação e um contexto criado para desafiar os participantes. Tudo isso para selecionar aqueles que atendam um perfil esperado.
“Eu estou sendo eu mesmo!”
Da série frases clichês de participantes do BBB, esta só não perde para a “estou votando por afinidade”.
A verdade é que, num show de REALIDADE, ser autêntico é uma premissa básica. Exatamente como numa dinâmica de grupo! Aliás, a ideia de que “não dá pra ser personagem” é motivo de alegria para os recrutadores de seleção. Afinal, um personagem dificilmente se sustenta por muito tempo, não é mesmo?
Então, atuar como personagem em um processo seletivo não é honesto, nem com a empresa que está ofertando a vaga, nem com você mesmo – e isto tem muito a ver com a sua felicidade profissional. No final das contas, quem será aprovado? Quem você é de verdade ou o personagem que você optou por interpretar?
Por fim, é só quando conseguimos ser nós mesmos num processo que nos damos mais oportunidades para aprender com aquela experiência, trocar mais informações e focar mais no que realmente importa.
Planta da edição no BBB e na vida real
Entra ano, sai ano, e uma coisa continua certa: sempre tem o participante planta da edição. Aquela pessoa que só dorme (Pocah, corre aqui!), que não se envolve com os acontecimentos da casa e não troca informações com os demais.
Muitas vezes, este perfil de jogador vai longe na competição porque acaba sendo esquecido e não se torna alvo de ninguém. Porém, ele dificilmente ganha o jogo e padece com a falta de uma torcida engajada.
Nas dinâmicas de grupo não é diferente! Não são raras as vezes que nos deparamos com candidatos que, embora presentes, não participam.
São candidatos que tem dificuldade para encontrar seu espaço, se posicionar, dar ideias e se envolver com a atividade proposta. Além disso, esses candidatos acabam não evoluindo no processo, justamente porque não nos permitiram conhecer quem são, de fato. E como diz o ditado, “quem não é visto, não é lembrado”.
Isto acontece por dois principais motivos:
- Timidez
Neste caso, é superimportante buscar se conhecer e se desafiar em situações como esta. - Falta de preparo
Aqui, por outro lado, cabe conhecer o máximo de informações sobre a empresa e ter em mente que a dinâmica vai exigir de você tomadas de decisão, posicionamento, relação interpessoal etc.
Agora, se “ficar na sua” for uma estratégia, saiba que no BBB pode até funcionar, mas não num processo seletivo.
Característica de jogador
Pensando no reality, os melhores jogadores (aqueles que ganham a empatia do público) são aqueles que conseguem ter clareza sobre tudo o que está rolando na casa (Sarah Espiã, não nos deixa mentir!). No geral, eles identificam seus inimigos e conseguem agir de forma assertiva, se valendo das ferramentas que têm em mãos e respeitando seu estilo pessoal, para chegar até a final.
Então, tentar ter a visão do todo é uma atitude que pode ajudar um candidato a mandar bem numa dinâmica – e este movimento, começa antes mesmo da atividade começar. Além disso, ter a visão do todo também significa olhar para dentro de você mesmo e reconhecer seus pontos fortes e pontos de desenvolvimento.
Na hora do valendo, isto se traduz em:
- Entendimento da atividade
- Escuta ativa das ideias dos demais candidatos
- Uso do seu repertório de forma clara
- Resiliência ao se adaptar às intervenções propostas
- Exercício de olhar para o trabalho desenvolvido pelo grupo
- Análise do todo
- Críticas e comentários construtivos.
Palestrinha
Sabe aquele participante de reality que fala, fala e, no fim das contas, não diz nada ou não pratica o que falou? Este é o famoso “palestrinha”. Às vezes, este tipo de pessoa também surge na dinâmica de grupo.
Neste ponto, é importante dizer que, num processo, é observado e avaliado o que é dito e o que é executado. Além disso, mais importante do que o QUANTO é falado, é a QUALIDADE DO QUE é falado. Ou seja, o impacto e a relevância das informações e ideias dadas pelos candidatos.
Então, mais importante do que falar, é falar com qualidade. Assim como esperamos que um participante de reality agregue ao entretenimento, também esperamos que os candidatos agreguem às discussões de uma dinâmica de grupo com informações relevantes. Afinal, é desta forma, que os avaliadores conseguem analisar a linha de raciocínio, por exemplo.
Trabalho em grupo com k
Não tem BBB sem uma boa dose de barraco e desentendimento, né? Em alguns casos, estas situações são provocadas por participantes que têm dificuldade de enxergar o outro lado da moeda ou que não medem seus escrúpulos na busca pelo grande prêmio.
Porém, numa dinâmica de grupo, é sempre importante lembrar que, mesmo com o viés de competição (afinal de contas, sempre há mais candidatos do que vagas), ainda estamos falando de algo que só se concretiza quando um grupo trabalha junto.
Neste sentido, estabelecer boas relações, entender o momento de falar e de ouvir, são diferenciais. Em alguns casos, a dificuldade de praticar estes comportamentos pode ser interpretado como arrogância, o que quase nunca, é visto como algo positivo.
Agora, fala sério… Quantas semelhanças entre BBB e carreira, não é mesmo?
Depois de tantas dicas, só esperamos que no paredão da vida profissional você tenha altos índices de aceitação e que chegue à final, conquistando o prêmio máximo – a sua vaga dos sonhos!
Luís Maurício