Logotipo com as cores do arco-íris, hashtags e linguagem neutra. Com certeza você já viu uma empresa adotar essas medidas e se perguntou se ela está mesmo preocupada com a diversidade ou se só quer o famoso “pink money”, não é? Por isso, vamos explicar neste artigo de onde vêm essas mudanças e por que você deveria acompanhar essas empresas.
No mês de junho, celebramos internacionalmente o orgulho LGBTQIA+. Mas isso não é uma novidade para você, né? Afinal, além de uma exposição maior na mídia geral, essa pauta tem repercutido diariamente nas redes sociais. Logo, é quase impossível não ver um conteúdo a respeito. E ainda bem!
Nós acreditamos que a informação é peça-chave na luta contra o preconceito, principalmente no mercado de trabalho. Porém, repercutir o assunto sem promover ações significativas pela luta LGBTQIA+ pode ser considerado “pink Money”.
O que é pink money?
Conforme explicamos em nosso Guia de Diversidade LGBTQ+, o termo pink money (ou dinheiro rosa) é utilizado para descrever o poder de compra da comunidade LGBTQIA+.
No Brasil, são movimentados mais de R$ 150 bilhões por ano. No mundo, esse valor pode superar os US$ 3 trilhões.
Segundo uma reportagem da revista Isto É Dinheiro, o público LGBTQIA+ gasta 30% a mais do que os heterossexuais, e o seu poder de consumo é resultado de um ciclo de vida diferente.
Sem filhos, em sua maioria, os casais homossexuais têm sua renda revertida para cultura, lazer e turismo”
– Paul Thompson, fundador da LGBT Capital.
Mas, afinal, as empresas estão mesmo preocupadas com a diversidade ou é só uma jogada?
Antes de mais nada, é importante dizer que diversidade tem sido mesmo uma agenda muito importante para as empresas.
Isso acontece porque essas organizações venderam (e vendem) sua marca para nós por muitos anos. Então, elas entenderam que também precisam trabalhar suas marcas empregadoras (Employer Branding) com o mesmo potencial.
Nesse cenário, cresceu a necessidade de olhar para as pessoas e pensar em uma atuação mais humana e respeitosa. Então, muitas empresas revisitaram suas culturas organizacionais para entenderem como têm lidado com pessoas negras, PCDs, LGBTQIA+, pessoas de diversas regiões do Brasil, diferentes instituições de ensino etc.
Ao final desse processo de autoavaliação, ficou evidente a necessidade de dar um passo a mais. Assim, muitas empresas decidiram trabalhar a marca empregadora, dentro de programas de entrada ou não, para trazer esse público diverso e plural. Afinal, assim é o mundo que vivemos, não é mesmo?
Inclusive, não foi somente uma, mas inúmeras as vezes em que ouvi de líderes que a entrada de pessoas plurais, com histórias de vida e experiências distintas, eleva as discussões e trabalha uma imersão interna, tanto individual quanto coletivamente. Além disso, a inclusão também gera empatia e torna os projetos e atividades mais reais. Isso é maravilhoso!
Então o que as empresas fazem para tornar o processo seletivo mais inclusivo para pessoas LGBTQIA+?
Aqui no Grupo Cia de Talentos, nós incluímos algumas perguntas que ajudam a mapear as questões que envolvem o tema diversidade. Também fazemos uma série de ações para atrair e engajar o público LGBTQIA+ neste momento inicial. Para isso, firmamos parcerias com movimentos afirmativos para impactar todas as pessoas com as oportunidades oferecidas.
E por falar em atração, a comunicação nos processos também é focada em aproximar a empresa da realidade LGBTQIA+. Por isso, não é incomum encontrar linguagens neutras como forma de inclusão.
Além disso, quando fazemos lives sobre os processos seletivos, orientamos as empresas a usarem a autodescrição inicial como forma de acessibilidade. Então, apesar de parecerem saturadas, as lives são ricas em conteúdo e te ajudam a entender como a diversidade permeia o dia a dia dos profissionais daquela empresa.
Mas ainda não acabou! Os nossos mapeamentos de perfil também colaboram para processos seletivos mais inclusivos, uma vez que não privilegiam determinados cursos ou conhecimentos, e sim o match entre você (considerando a maneira como se comporta) e a empresa (qual perfil ela busca para aquela vaga em específico). Ou seja, não existe certo ou errado, existem pessoas e a forma como elas se comportam em diferentes situações.
Então, quando você vir uma empresa se posicionando na mídia em prol da diversidade, vale a pena acompanhar as ações que ela promove. Aqui na CT, nós focamos na nossa responsabilidade social com o tema e fomentamos discussões para que cada vez mais empresas estejam preparadas para irem além do pink money e trabalhem seus ecossistemas de forma justa e igual. Afinal, somos todos igualmente humanos, merecemos respeito e oportunidades.
Thais Lourenço
Cia de Talentos