Nos 5 artigos da série currículo, nossos consultores Luís Maurício e Gabriela Cruvinel deram dicas valiosas para você se sair bem, não cometer erros e chamar a atenção dos recrutadores. Se você seguiu tudo certinho, já enviou o currículo e está torcendo para ser chamado para a entrevista, temos uma boa notícia. A série sobre entrevistas de emprego está começando!
O artigo de hoje é sobre as perguntas mais frequentes, as mais “clichês” e como lidar com elas. Para esclarecer tudo isso, conversamos com a consultora de carreira Eliana Mourão.
Entrevista de emprego: o que todo mundo quer saber
Perguntas sobre trajetória profissional, realizações, pontos fortes, pontos a desenvolver e visão de futuro (como o candidato se vê em 5, 10 anos), são feitas em praticamente todas as entrevistas. Se você está em busca da sua primeira oportunidade profissional, é importante estar preparado para falar sobre suas conquistas na universidade, momentos adversos que você conseguiu superar e o que aprendeu com essas experiências.
Se você fez intercâmbio, é muito provável que te perguntem como foi. Também devem te perguntar por que você escolheu participar do processo seletivo da empresa. E muito importante: Se você escreveu que domina algum idioma, o recrutador, provavelmente, vai querer testar essa sua aptidão.
Como se preparar?
Sabendo que todas essas perguntas acima provavelmente serão feitas, a dica da nossa consultora de carreira Eliana Mourão é se preparar com antecedência. “Faça uma revisão da sua trajetória, busque identificar as entregas mais importantes, conquistas, dificuldades que superou e os aprendizados que absorveu e organize o discurso em ordem cronológica”. Isso faz com que seja mais fácil lembrar de tudo, já que o nervosismo é comum nessa hora e ele contribui para que você esqueça de coisas importantes.
Nessa fase de preparação, não ignore as perguntas difíceis. É normal o recrutador te questionar sobre frustações e projetos que deram errado. “Mesmo sendo uma situação aparentemente ruim, sempre é possível tirar lições que tornam o profissional mais experiente. Não minta. Ser pego mentindo na entrevista aumenta muito as suas chances de ser reprovado”, explica Eliana.
A recrutadora afirma que headhunters, profissionais especializados no recrutamento de talentos, são especialistas em detectar mentiras – por falta de consistência ou porque o candidato acaba se enrolando – e esse é o pior cenário. Mesmo que o seu projeto tenha sido desastroso, seja sincero e fale sobre o que você aprendeu com ele.
Além de refletir sobre as possíveis perguntas, nunca deixe de estudar a empresa em que você pretende trabalhar. Mostrar conhecimento sobre o negócio, saber quem são os principais concorrentes e qual o tamanho da empresa são coisas que surpreendem positivamente o entrevistador.
O que nunca dizer?
Segundo Eliana, ninguém sabe tudo e entre mentir e dizer que não sabe a resposta, é melhor dizer que não sabe. Mas é importante tomar cuidado com a forma que você vai falar. Por exemplo, se proponha a pesquisar o assunto para levar a resposta na próxima fase.
E lembre-se que ter se preparado te ajuda muito aqui também. O importante é ser autêntico e transparente. Se você for questionado sobre algo que estava no descritivo da vaga e não souber responder, isso pode ser motivo de desclassificação. Portanto, muita atenção ao ler a descrição da vaga e os requisitos.
Como lidar com perguntas “clichês”?
A dica da Eliana é ser surpreendente nas respostas. “Se o entrevistador não foi criativo na abordagem, seja você! Pense sobre as perguntas clichês que podem te fazer e elabore respostas sinceras, mas surpreendentes. Isso marca positivamente quem está entrevistando e aumenta suas chances de sucesso”, indica a consultora.
Defeitos e qualidades
Se te perguntarem qual o seu maior defeito e você disser que é perfeccionista e mais nada, você será só mais um entre dezenas, centenas e até milhares de candidatos. A Eliana disse que é sempre importante apresentar evidências ao entrevistador.
“Por exemplo, responder que você tem consciência do seu perfeccionismo, sabe o impacto nos prazos de entrega de projetos e, por isso, prefere ter uma rede de colegas trabalhando juntos que podem sinalizar se o seu nível de perfeccionismo está ajudando a deixar o trabalho perfeito ou atrasando o andamento de outras partes. Que você tem aprendido a lidar com essa questão e melhorado bastante”.
E tente sempre dar exemplos concretos, como falar rapidamente de um projeto que atrasou por conta do seu perfeccionismo e um projeto mais recente em que você usou o seu perfeccionismo com sabedoria (para fazer um trabalho com mais qualidade) e ele até foi elogiado.
O mesmo vale para as perguntas sobre as suas qualidades. Fale sobre as suas experiências para as respostas não parecerem genéricas. Nessas questões, o autoconhecimento ajuda demais, pois permite que você dê respostas sinceras que o recrutador não esperava ouvir. “São as melhores demonstrações do que realmente você conhece de si e de como pode ajudar seu futuro empregador”, acrescenta Eliana.
1 comentário
Olá aqui é a Sonia Martins, eu gostei muito do seu artigo seu conteúdo vem me ajudando bastante, muito obrigada.