Home office: limite e saúde mental

Em tempos de distanciamento social, trabalhar em home office tornou-se uma realidade para muitas pessoas e não há dúvidas sobre o quanto organização e disciplina são necessárias para de fato conseguir trabalhar.

Mas, se por um lado é preciso desenvolver a capacidade de produzir em casa, muitas vezes com família e filhos dividindo o espaço, por outro, é fundamental ter a noção de que, apesar das possibilidades limitadas de cada lar, existem outras atividades relevantes para serem feitas.

Cuidar da saúde mental é uma delas!

Como o home office se apresenta nesse contexto?

O isolamento a que a população foi submetida carrega uma série de desafios. Por exemplo, a necessidade de lidar com sentimentos como:

• Medo
• Ansiedade
• Angústia
• Incertezas

Além disso, ainda surgem outras complicações como privação e afastamento de algumas pessoas e atividades benéficas. Tudo isso em paralelo à vivência de uma realidade impensável há 4 meses atrás.

Com todas essas mudanças abruptas, para algumas pessoas, trabalhar, mesmo em home office, tem representado uma forma de se aproximar da vida sem as restrições da quarentena. Podemos dizer ainda que ocupar o tempo e a cabeça promove até certa abstração da dura realidade atual.

É evidente que trabalhar ajuda a passar melhor os dias, além de ser fundamental, especialmente diante de tanta insegurança em relação ao futuro. Mas, é preciso cautela para que o remédio não se torne um veneno.

Quais danos podem surgir?

Num período curto de isolamento, o resultado de uma rotina sem limite de horas trabalhadas, sem pausas, sem organização para as refeições, sem outras atividades inseridas no dia, tem sido pessoas extremamente esgotadas física, cognitiva e emocionalmente.

Este cenário representa uma das piores formas de passar por essa fase, bem como um potencializador das dificuldades já evidenciadas.

Apesar de ser uma medida urgente, as dificuldades para estabelecer uma nova rotina ainda estão muito presentes.

Contudo, somar a privação da liberdade à uma rotina de trabalho exagerada, dias desregrados e ausência de atividades que promovam satisfação é um prato bem cheio para o sofrimento psíquico e para as doenças mentais.

Como fazer um home office positivo

Antes de mais nada, procure encontrar uma medida entre não trabalhar e trabalhar 12 horas ininterruptas.

Para isso, tente adaptar rapidamente a rotina, fazer um planejamento de como serão preenchidos os dias e horários, quais atividades poderão ser feitas no limite do espaço das próprias residências.

Além disso, é importante que você se conecte virtualmente às pessoas queridas e avalie a medida ideal entre ver muitas notícias e se alienar.

Neste momento, duas habilidades se fazem cruciais para que cada um passe pela fase de distanciamento social sentindo menos impactos:

• Atenção:
  Para identificar os sinais que o próprio corpo manda, desde pensamentos mais frequentes, até sentimentos e sensações corporais.
• Adaptação:
  Para que, ao perceber os sinais emitidos, seja possível rever a rotina estabelecida e/ou buscar os suportes necessários.

Cabe informar que há profissionais de diversas áreas fazendo atendimento online, inclusive médicos/psiquiatras e psicólogos.

Uma coisa é certa: vai passar!
Mas, até lá, nosso convite é para viver e cuidar de um dia por vez, para que, ao final de tudo isso, não falte uma boa dose de saúde mental!