O que os jogos podem fazer por seu processo seletivo?
Eu sou da época do Super Sonic e Mario Bros. Talvez possa até arriscar citar Carmen Sandiego. Mas de todos os jogos o que mais me marcou foi o Jogo da Vida. Se eu pudesse voltar no tempo, reformulava aquele tabuleiro e suas regras de cabo a rabo. Foi lá que eu “aprendi” que um ser humano nasce, cresce, casa, prospera, multiplica-se e morre. Até hoje não concordo.
E, assim, pensando da dinâmica dos jogos, concluo que se os inofensivos momentos lúdicos ficam registrados em nossa memória de infância, imagine o que eles podem fazer em nossa vida adulta. Provavelmente você já foi (ou viu) uma aula de spinning antes. Nada mais poderoso do que um ranking e um vencedor. Mesmo que o prêmio seja somente seu nome lindo no painel e um par de pernas doloridas no dia seguinte.
A verdade é que os jogos têm a capacidade de acelerar aprendizado, desafiar a nossa performance e gerar um frio na barriga inegável. E mais do que isso: provocar experiências memoráveis.
Momentos de avaliação costumam ser difíceis para os candidatos. A maior parte (se não todos) não gosta. Sofre, dorme mal e espera ansiosamente por um resultado. Mas mais do que isso: incomoda-se com o clima de tensão e pouca espontaneidade entre os demais candidatos.
E aí novamente eu lembro da aula de spinning. Do banco imobiliário. Do truco. Consigo me lembrar das emoções presentes, das pessoas que incentivaram a vitória, dos aprendizados envolvidos e tudo isso com uma clareza impressionante. Lembro mais ainda do quão espontâneos ficamos nessas situações. Você também se lembra disso?
Agora imagine só: um processo seletivo em que os candidatos acabam por esquecer que existe uma avaliação acontecendo. Mergulham tanto no desafio, no resultado final, no trabalho em equipe que quando se dão conta….o tempo acabou. E ainda pedem mais!
Quer saber mais sobre o que o jogo pode fazer por seu processo seletivo?
1) O jogo cria um ambiente mais colaborativo, em que os candidatos podem trocar conhecimentos entre si, tomam decisão em equipe e compartilham tarefas. Isso significa que diversos comportamentos que são esperados dentro da rotina profissional também podem ser estimulados num jogo.
2) Com um bom desenho da mecânica do jogo, os candidatos podem aprender sobre a cultura da empresa, sobre o negócio e sobre o setor. Assim, além de conhecerem um pouco mais sobre a sua organização, ainda podem chegar mais preparados para o dia a dia se aprovados. E caso não sigam adiante no processo seletivo, esse ponto de interação positivo com os candidatos pode ter sido muito benéfico para sua marca empregadora.
3) Se o jogo for online, hospedado numa plataforma que possa capturar os comportamentos dos usuários e analisar o que eles significam, você terá uma base de dados, no mínimo, interessante. Essa informação pode oferecer insumos ricos para você tomar decisões, estimular o aprendizado de um conhecimento que foi mais desafiador e descobrir as fortalezas daqueles candidatos (e futuros contribuidores da sua empresa).
4) Por fim, volto ao ponto da espontaneidade: jogos têm uma capacidade incrível de nos transportar para outros universos e desafios. Isso faz com que a gente mergulhe de cabeça e esqueça de todo o resto! E é esse tipo de engajamento que você deve buscar em seu processo seletivo: espontaneidade, imersão e, por que não, diversão.
Até breve!
Halina Matos
Palpiteira em assuntos ligados à gestão de pessoas, inovação e diversidade. Psicóloga de formação e paixão, mestre em empreendedorismo social, especialista em carreira e em design thinking, além de um interesse especial nas micro revoluções para transformar as organizações e a sociedade.