Nesse novo capítulo da nossa série sobre saúde mental, vamos entender por que foi criada tanta expectativa sobre ter uma produtividade elevada durante o período de distanciamento social imposto pelo COVID-19.
E por que será que, mesmo se esforçando, as pessoas continuam se sentindo tão frustradas, como se nada estivesse sendo feito?
No início do distanciamento social, todos nós fomos bombardeados de informações sobre livros, cursos, shows, programas de tv disponíveis sem custo, ideias de atividades para entreter as crianças, para organizar a casa e os armários, os aplicativos de chamadas em grupo foram popularizados ao oferecer a possibilidade de reencontros virtuais etc.
Tudo isso para que a população se sentisse “saciada” e não sofresse com o possível ócio do isolamento.
Ócio? Alguém conseguiu encontrá-lo?
Para início de conversa, é verdade que o isolamento vem promovendo coisas e sentimentos dos mais diversos, mas ainda não tivemos contato com alguém que estivesse sem ocupação ou deprimindo em decorrência da ociosidade, especificamente.
Além disso, também não tivemos acesso a ninguém que tenha conseguido colocar todas as leituras, séries, bagunças, trabalho atrasado e conversas em dia.
É comum encontrarmos pessoas com acúmulo de funções, como:
- Casa
- Trabalho
- Filhos
- Refeições
- Assistir lives
- Participar do bate-papo com amigos
- Medo de ser demitido ou até mesmo de ter que demitir
- Sobrecarga
- Dificuldade para estabelecer limite nas horas trabalhadas
- Falta de tempo
- Medo da instabilidade financeira
- Cansaço físico
- Esgotamento emocional etc.
Todos esses sintomas têm sido relatos frequentes. Ou seja, o problema não passa pela baixa produtividade, e sim pelo desejo insaciável de produzir mais e mais, sentindo-se confortável e enérgico o tempo inteiro.
Como equilibrar a produtividade com a saúde mental?
Ao que tudo indica, numa sociedade pautada pelos excessos, as pessoas estão se cobrando demais e criando ainda mais expectativas sobre um momento mundial extremamente delicado.
É necessário e urgente entender que, atualmente, o simples fato de estar consciente da realidade já representa uma demanda altíssima do ponto de vista emocional. Altíssima mesmo!
Isso, por si só, já pode desencadear a sensação de esgotamento físico, mental e emocional. Acredite!
Não force sua produtividade!
É preciso ter calma!
Tudo isso vai passar, a vida certamente seguirá para a maior parte da população e o que não for feito durante o período de distanciamento social, em que a maior parte das pessoas está em casa, poderá ser feito a qualquer tempo.
Não se cobre tanto! Seja generoso com você, com quem está a sua volta e com o que você faz todos os dias. Reconheça o fato de estar passando por esta fase da melhor forma possível, ou seja, do modo como você dá conta de passar.
Não é seu “modus operandi” que está errado, foi o mundo que não deu aviso prévio sobre por quantas transformações ele passaria.
Vai ficar tudo bem!
1 comentário
Realmente é impotante artigos como esse pois deixa o recado que nao estamos sozinhos no mesmo barco e o que impuciona as pessoas a continuar na certeza que Deus esta no controle tambem do nosso destino.